sexta-feira, fevereiro 24, 2006

drama

a tristeza na tela
se mede pelo horário
uns choram com a novela
outros com noticiário.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Profiles 2

olha só o que vocês me fazem fazer...

**************************
Eu sei que você está me espionando.

***************************
Eu gosto muito do Pequeno Príncipe. Tem uma parte que a raposa explica para ele uma das coisas mais importantes do universo:
"Se queres um amigo, cativa-o".
Bom, os meus amigos, eles sabem que podem contar comigo para ir até o inferno, se precisarem de ajuda. Embora prefira encontrar a todos em outro lugar.

*********************

Mau.
Como o pica pau.

********************

Aqui deveria ter alguma coisa que fizesse alguma diferença.
E, no entanto, não tem.

*********************

Dizem que eu falo palavrão pra caraio... Eu discordo porra!

*********************
(trechos)
1. não quero fazer 6 reais virarem 6 mil
2. não quero saber da tua banda
3. não quero saber da tua comunidade
4. não gosto de você
5. http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=7276875
6. (6)

estou evitando temporariamente qualquer tipo de comunicação, visando não me foder.
volte em agosto de 2018.

grato.


* COMPRO PETRÓLEO, PAU-BRASIL E MARFIM *

***************

Ricocheteei em casa... E pé na estrada de novo!!

"La dolce vita" em terras prateadas ;)

terça-feira, fevereiro 21, 2006

profiles

Bom, na falta de coisa melhor pra fazer resolvi procurar about mes interessantes no orkut. Foi difícil, mas aqui tem alguns:

gêmeos,
com lua em gêmeos
e ascendente em gêmeos.

ou, se preferir, um tipo de esquizofrenia.

*******************

Valeu a colaboração em massa, mas, pelo visto, minha peruca foi pras cucuias.

Quem quiser seu dinheiro de volta, vá lá e chute aquele traseiro magro e peludo.

Anhanhá agradece.

*******************

Comi jaboticaba ontem.

*****************
(trechos)

Usando somente uma mangueira e um grande copo d’água, eu defendi sozinho uma pequena cidade na bacia amazônica de uma horda de formigas assassinas. Eu toco bluegrass no violoncelo, eu fui sondado pela NASA, eu sou o tema de vários documentários. Quando estou entediado, eu construo grandes pontes suspensas no meu quintal. Eu aprecio voar de asa delta num cenário urbano. Às quartas-feiras, depois do trabalho, eu arrumo eletrodomésticos e eletrônicos de graça.
Crianças confiam em mim.
Eu crio ostras premiadas. Eu venci touradas na Espanha, competições de mergulho livre no Sri Lanka e fui o primeiro a escalar o Everest de costas. Eu interpretei Hamlet, eu descobri uma nova espécie de dinossauro e eu falei com Elvis.

Mas eu ainda não fiz pós-graduação.

*********************

Garota elétrica com brinquedos quebrados.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

universalidade

em um cão não me importo
que tenha raça ou pedigree
que saiba fingir de morto
que faça muito xixi

tudo que o cão precisa
-é disso, e mais nada-
uma barriga rosada
e alguém que a alisa

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Roleta Russa

Não enrole, babushka
pensei que fosse destemida.
mas que incerteza brusca...
não se faça de arrependida

[tome outra vodka.
vai te manter aquecida]

era melhor pedir esmola.
era melhor ser corrompida.
mas puxando a pistola,
apostaste a tua vida.

[uma chance em seis.os perdedores levam ouro. o vencedor leva o chumbo.]

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Contos da Carrocinha -Anaximandro, o Falastrão. Parte 1: Essa é a irreal.

Há muito tempo atrás, num reino muito distante e outras descrições de praxe, existiam dois irmãos. O mais velho, Anaximandro, era moreno, e não era de todo feio. Entretanto, era mau, ruim, perverso e satânico, se me perdoam a redundância.
Porém, ainda que mau, miolo não lhe faltava e assim ele escapava das mais adversas situações em que se metia, de modo que ganhou desde cedo a alcunha de Anaximandro, O Falastrão, por conta dos inflamados discursos que tecia para defender sua auto-proclamada inocência.

O caçula era o exato oposto do irmão. Todo loiro e de tez muito clara, Matatias tinha em coração o que lhe faltava na cabeça bem esculpida (todos sabemos que os caçulas são sempre loiros, belos e bondosos).
Um dia, já muitos anos após a morte do pai, Otacília, a mãe de ambos, adoeceu. Como irmão mais velho e homem da casa, era responsabilidade de Anaximandro sustentar a família até que tempos mais dadivosos chegassem. Sabendo disso, ele matou as únicas três galinhas que tinham, pegou a manteiga, o salaminho e as exatas 37 ervilhas, que era tudo o que havia na dispensa. Reuniu, ainda, todas as côdeas de pão que pôde enfiar em seu farnel e, deixando um bilhete na mesa da cozinha, saiu em busca de seu destino, abandonando a mãe doente e o menino sem comida e à própria sorte.

No caminho para fora da aldeia, assaltou a casa da velha Ismênia, que dormia, levando consigo alguns bens para vender (dois relógios cuco, uma cabra doente, e três vasos de cerâmica), uma enxada para amarrar sua trouxa e, todas as calcinhas da anciã para sacanear, mesmo. À noite, embebeu-as em gasolina para acender uma fogueira. "Nenhum mal é desnecessário", cantarolou Anaximandro enquanto, para acompanhar o pão, assava dois coelhinhos da floresta. Não se deu ao trabalho de matá-los antes de os pendurar sobre o fogo.

Dias depois, já bem longe dali, Anaximandro encontrou-se sem dinheiro e sem provisões. Postou-se então à beira da estrada esperando por uma vítima. O primeiro homem a atravessar seu caminho foi um velho muito barbudo e encarquilhado, apesar dos olhos grandes e vivos. Chamava-se Gilbran e era um mago conhecido por sua astúcia e pela magia poderosa de seu cajado.
O velho, vendo-o, disse a ele:

-Dou-lhe uma moeda se adivinhardes meu pensamento.
-Está pensando em me enganar.
Gilbran jogou-lhe uma moeda
-Tente novamente.
-Está pensando em me atacar com este cajado.
O velho, safado mas honrado, deu o braço a torcer e atirou a segunda peça de ouro.
-Ainda tenho mais uma moeda, meu jovem. Que penso eu desta feita?
- Pensas que desta vez há de me enganar com certeza.

Gilbran arremessou a moeda derradeira, e fez uma mesura, como se pedisse desculpas por sua canalhisse, mas já puxando pelas costas o cajado, que teria certamente usado para transformar Anaximandro em sabe deus o quê, se este não já estivesse planejando tomar o cajado do velho muito antes. Bem mais jovem e ágil que Gilbran, tomou-lhe o artefato das mãos senis, e num giro rápito bateu-o na cabeça do ancião.

O efeito foi imediato, mas muito diverso do esperado. O mago transformou-se num pequeno objeto, metálico, vermelho e cilíndrico. Lia-se na lateral em letras muito caprichadas e brancas: "Coca-cola".
Pouco familiarizado com o objeto, Anaximandro demorou um pouco até conseguir abri-lo, e mais ainda até tomar coragem para bebê-lo. Quando finalmente o fez, só pôde descrever o velho Gilbran como uma boa vibração líquida. Very refreshing, indeed.
Fortalecido, resolveu testar o cajado. Após transformar uma árvore em um pote de requeijão, uma pedra em um DVD de Jornada nas Estrelas e um figurante incauto em uma das calcinhas queimadas da Dona Ismênia, ele chegou à conclusão de que não tinha o menor controle sobre o objeto.

Ainda assim, levou-o consigo, pendurando nele sua trouxa, em lugar da velha enxada. Sabia que lhe seria útil em caso de emergência. Nunca se sabe quando precisaremos transformar um soldado em geléia de morango. Mesmo não tendo certeza de que ele viraria geléia e não um leão faminto. Mas qualquer coisa é melhor do que um soldado da guarda imperial.

De qualquer modo, torcia para encontrar mais magos no futuro. A bebida o deixara fascinado e o pusera em mais uma busca, outra senão a de fama e poder. A sensação que ele buscaria para sempre. Sempre Coca-cola.

sábado, fevereiro 11, 2006

A 6 mãos

* POST COMEMORATIVO: Ganhei de presente um texto escrito por Number 1, Eme e Voador. Que fique registrado neste, que é o centésimo post do Blog*

O Planeta chamava-se Queorb e seus habitantes pareciam-se com narizes árabes e costumavam comer toucinho e carambolas.O problema era que eram dominados por uma gigante caneta que escrevia as leis, os tratados, as reportagens. Certo dia, enquanto se coçavam por inteiro, começaram os vazamentos de tinta das canetas. Os habitantes, então, enlouquecidos, subiram a Grande Montanha para falar com o ermitão MataBorrão, Um grande mestre iluminado, faixa preta em judô, kendô, sumô, e perguntaram: "Mataborrão! Como diabos tiramos essa tinta roxa das nossas roupas?"
O sábio MataBorrão, sem hesitar,pegou um dos habitantes e o engoliu.Enquanto ele lambia os dedos, os sobreviventes pensavam: "Enlouqueceu. Tanto tempo nas montanhas, perdeu o juízo." MataBorrão continuava com o olhar severo e mal abriu a boca para falar: "Fodam-se Todos". Oh, não, e agora, narizes? Foi aí que chegou o Arrume Tudo e disse:
- Hããhãh
Dessa forma ele foi capaz de fazer com que o MataBorrão risse tanto e tanto até regurgitar o nariz que ele tinha comido. Foi realmente um momento muito bonito. Todos riram e se abraçaram, inclusive o MB (como era conhecido)e o nariz engolido. Fizeram uma fogueira, assaram mitocôndrias e esqueceram-se por um momento do vazamento de tinta. Mas só por um momento, pois os narizes sentiram que tinha algo pintando por aí.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

drinking games

topo qualquer atividade lúdica.
desde que não seja lúcida.

oktober fraulein

Uma fada cheirada
em pó de pirlimpimpim
uma alemã levada,
essa nossa amiga gin

Para a encontrar
vá ao bar do espanhol
lá ela vai estar,
agarrada numa skol

Acompanhá-la?tente.
mas que seja só simbólico
(se beber o equivalente,
entrará em coma alcoólico)

Pode contar com ela
sua casa, sempre aberta
seja dia ou seja noite
não recusa uma festa

Outras como essa
não se encontra por aqui
tem que ir pra chapecó
pra ouvir mais "bah, guri!!!!!!!!!!!"

terça-feira, fevereiro 07, 2006

carta (ou: dos amores falidos)

mas me diga só uma uma coisa: quando foi?
Quando foi que você deixou de ser todo o mistério? quando foi que você deixou de ser o epicentro de cada abalo sísmico pra virar essa fonte infindável de porra nenhuma?
(quando foi que você virou nada e nada mais do que uma irritação latente?)

mas, me diga, só mais essa coisa.
quando foi que você entrou no meu quarto, sorrateiro,
e sufocou, enquanto eu dormia,
tudo que eu sentia
com um travesseiro?

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

voador

Engraçado, mas pra mim
não tens nada de bovino
exceto por levar em si
sons esparsos de um sino.

Ou talvez a teimosia
de contar as mesmas piadas
(e a nossa insistência
de continuar com as risadas)

Mas quando fica quieto,
recolhido à mente àgil
às vezes transparece
seu brilho de vidro frágil.

E em eras antigas
entrou mudo, saiu calado?
(não)
Espalhava suas cantigas
naquele outro mesmo prado.

E que diz o som do sino
que à tua volta soa?
há dois tipos de menino.
[e um deles voa.]

sábado, fevereiro 04, 2006

OLD BEETLE

* essa história foi escrita pelo meu irmãozinho, e é baseada em fatos reais. Como protagonista, meu amado fuscão.ENJOY.*

Era um belo dia...Lá estava eu, saindo de casa para a Liga de Saúde Mental*, quando dou de frente com meu pai.
"Filho, hoje não é seu rodízio? Aproveita e dá uma andada com o FUSCA, ele está tinindo!"
Haviamos consertado o carro no início do mês, e realmente ele parecia funcionar bem, até pensei em ir de gol e esperar até as 8 pra poder sair da liga, mas resolvi aceitar o desafio;
Afinal, quantos tem um fusca em casa? E ainda mais "TININDO"?
Lá fui eu, aqui pelas ruas do pacaembu, o carro como um verdadeiro bólido prateado, fazendo aqueles barulhos de moedor de cana, típicos de fusca, o que me deixava feliz e satisfeito.
Após um tempo, entrei na Av. Rebouças, rumo à marginal, quando tive a primeira "surpresa", ao olhar para o marcador de gasolina percebo que este está quebrado. "Será que alguém pôs gasolina?", me indaguei, enquanto pensava em voltar e já logo desistia, olhando o sentido contrário da via e constatando um trânsito desanimadoramente pesado.
Conclui que não deveria desistir tão fácil e parei em um posto de frente ao Eldorado, próximo a Cardeal.
Começo a notar certa dificuldade dos frentistas em abrir o tanque de combustivel do "veículo".
Após um tempo um deles diz... "Não dá não moço... faz um bocado de tempo que ninguém abre isto aqui!".
Tento também, em vão. Um negão do tamanho de um armário também tenta.. mas nada feito.
Não é que um outro frentista, um baixinho mirradinho, com um puta sotaque nordestino olha pra cena e começa a cascar o bico!
"Mas ceis num intendi é nada di fusca! Oxi! É só tacá os querosene que resolve"
Dito e feito... o querosene dissolveu o "não-sei-o-que" que impedia a abertura do tanque e rapidamente os 40 reais de gasolina foram postos, o suficiente para ir e voltar.
Aliviado, entrei no carro, mas em poucos segundos meu alívio transformou-se em pavor...
Percebi que o fusca não pegava. Simplesmente não acreditei, enquanto meus novos amigos frentistas também olhavam estupefatos.
Alguns segundos após, dois deles já empurravam o meu "old beetle" avenida rebouças afora.
o sorriso (ou pelo menos tentativa de) de alguns desdentados no ponto de ônibus completava a cena dantesca, agravada pelo fato de alguns deles sentirem pena e tentarem ajudar,empurrando também.
"A que ponto chegamos...", pensei
Neste momento o carro pega e durante mais alguns segundos pude sentir felicidade.
Meu primeiro pensamento foi "O carro está pegando e já vim até aqui, então o resto é lucro. Portanto, vou tratar de relaxar!".
O grito de um office boy, com sua pastinha embaixo do braço me despertou de meus pensamentos.
"Só não deixa morrer hem! Senão, já era."
Novamente tenso entro na Marginal Pinheiros, com os gloriosos 70 km/h que o turbo prata me permite, com sua potente quarta marcha (para os que não sabem, a última).
Durante os 15 km de Marginal enfrentados garanto que ouvi todos os xingamentos, como "leva essa geladeira pra casa" ou "Quer Morrer?!", além dos buzinaços (o fusca sempre atraia buzinadas coletivas, nunca de um carro só).
Ao chegar em um farol demorado, notei que o som do motor do carro enfraquecia, portanto tive que dar algumas aceleradas, em ponto morto é claro, antes que o carro morresse e eu ficasse por lá mesmo.
o cara da frente achou que eu era louco e estava acelerando em cima dele, me mostrando o dedo do meio.
Mais ainda; ele estava num passat 86 branco juntamente de outros companheiros que completavam o conteúdo negro do carro, que tinha retrovisores prateados.
Pensei que eles poderiam descer e me matar mas logo lembrei "Estou num fusca prateado, estamos quites".
Após algum tempo, cheguei ao estacionamento do HEWA, onde poderia parar o carro e esquecer dele por um tempo.
Lá travei um pequeno diálogo com o segurança.
- Pois Não?
- Liga de Saúde Mental
- Paciente é na outra porta, e a pé
- Eu sou estudante!
- Ah desculpe, sabe como é, o carro, achei que o senhor fosse... deixa pra lá, pode entrar.
----------------------

*ele é estudante de medicina.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

flickr

cat_7
cat_7,
originally uploaded by .snow.
hum. dá pra usar em conjunto com o blog. a imagem vai direto. e roubada de outra pessoa.nice.
(acaricia gatinho branco. muahahahaha)

Pensamentinhos 3

Volta às aulas
Cuidado professores.
Eu não faço projetos.
Faço projéteis.
----------------------------------------------

Passou a vida se procurando. Um dia se encontrou, não debaixo do próprio nariz, mas atrás dos próprios olhos.

--------------------------------------------------

Quando eu for embora,
me lembrarei de você
(só não vou ter certeza
que você existiu de verdade)

--------------------------------------------------

Também tenho o direito de ser piegas.

-------------------------------------------------

Somos todos amamentados por vacas.
(não estou xingando a mãe de ninguém.)

------------------------------------------------

vertigem é o medo
da vontade
de cair.

----------------------------------------------

deixa eu ser absurda
e fugir da verdade
deixa eu ser surda e muda
para a realidade
que a vida muito curta
pra se ter sanidade

----------------------------------------------

Minha vida é uma esfiha aberta.
Eu sou toda carne moída.