sexta-feira, março 17, 2006

bile the kid

E fez-se o dia seguinte. Não como se pensa geralmente, na virada da noite, mas em plena 11 e meia da manhã. (Por que os dias se fazem quando acordamos.) E era outro dia, após 4 horas de sono intranquilo.

E era de fato um dia seguinte, nada mais que um dia seguinte. Por que o dia seguinte, na verdade, não é um dia. É só uma continuação, uma consequencia de um dia de verdade. E assim foi.

Levantou-se para ver se mais alguém estava acordado naquela casa que não era sua. Fez xixi. Passeou na sala. Avaliou os estragos. A boca com a consistência inconfundível de pós-bebedeira. Tentou ler um livro que trazia na mochila. Dava enjôo, letrinhas demais. Resolveu beber um copo d´água, e daí foi inevitável.

A salivação anormal delatou o segundo exato de sair correndo. No banheiro, ficou maravilhada ao descobrir que tinha o que por pra fora. Não se lembrava daquela meia esfiha comida há apenas 4 horas. Tanto faz. Melhor que bile. "Um poema escrito em bile". É o nome de um capítulo de um livro. Acabou de emprestar pra dona da casa.

Sentou em cama alheia e esperou a náusea passar. Mas a náusea pode ser uma entidade deveras insistente. Encontrou outro livro. Menos letrinhas, figuras grandes. A amiga e o namorado acordaram. Empurrou um café da manhã goela abaixo. o estomago o empurrou goela acima. E afora, mas até lá já tinha chegado ao banheiro.

Ia se virando do avesso, e, nos intervalos lia O Pequeno Principe. Um Poema Escrito em Bile. Daria um belo conto. Poético e bizarro. Talvez não seja este.