quinta-feira, março 02, 2006

Manifesto da Gorda Maltrapilha

A Gorda está cansada de que lhe ofereçam apenas horríveis roupas de gorda. A Gorda está ávida por vestimentas elegantes e encantadoras.
A Gorda Declara ter horror às batas gigantes, às calças de crepe, vestidos balão, tecidos elásticos com bordados de canutilhos e demais lonas de circo.
Sim, a Gorda está indignada e sua gorda voz há de reverberar ensurdecedoramente (pois lembrem-se meus caros, qual a silhueta das cantoras de ópera).
A Gorda protesta contra as roupas graciosas, porém inexistentes em tamanhos superiores ao 42. Como se ela, uma vez que inflada feito uma bóia, fosse obrigada a flutuar à margem da moda.
A Gorda se enraivece por caber, com esforço, em tamahos menores que o seu apenas para acabar parecendo-se com um panetone, uma pêra, uma abóbora ou qualquer outro petisco muito saboroso mas de estética duvidosa.
A Gorda execra e rejeita crepes e jeans com excesso de lycra. A gorda exige veludo cotelê, cetins, sarjas e tafetás. A Gorda exige lindos vestidinhos (ou que pelo menos não sejam vestidões) de chita, e saias que não lhe toquem os dedos dos pés. Mas não exige barriga de fora, por que a Gorda é honrada e possui senso de ridículo.

Por Fim! A Gorda se recusa a comprar em horripilantes galpões de tamanhos grandes. E se suas exigências forem ignoradas, a Gorda avisa que seu refém, este quindim, jamais há de voltar a ver a luz do dia.
A Gorda conclui, especificando que todo o material listado deve ser entregue em mãos em, no máximo, uma semana.
Caso contrário o refém se estraga, e ela terá que consolar-se comendo pudim.