sexta-feira, maio 19, 2006

turquoise blues

Tinha deliberadamente vestido aquela camiseta, a que tinha significado. Por cima, um pullôver azul turquesa, que é a cor mais bonita do mundo (mais bonita até que o azul confúcio).
Andava pela rua delirando um "ame-me! ame-me!" baixo e balbuciante, apesar de se revoltar com o absurdo daquelas palavras.
Queria esse amor pra quê, se entraria em pânico ao menor sinal de correspondência?
Se tinha pavor de pessoas?
Queria este amor pra quê?
Amarrá-lo num saco e jogá-lo no rio.
Era o que fazia, o que sempre fazia.
Deixa-lo nascer e morrer de frio.

"Ame-me, ame-me". Era o tipo de pensamento que sentia necessidade de estraçalhar com uma marreta.
Então porque esse pedido insistente? Sentiu vontade de correr até gastar as pernas. De trocar de roupa.
Lembrou-se dos pequenos sinais e sentiu as mãos se crisparem em pavor.
e então já implorava
"Oh, não me ame... não me ame, por favor!"