segunda-feira, dezembro 26, 2005

A Yakissoba Story - parte 2 - um subtítulo espertinho.

Talvez você se lembre de onde a história havia parado. Em caso negativo, favor reler o último parágrafo do capitulo anterior. De lá pra cá, pouca coisa aconteceu. Você seguiu meu conselho (e o rato) e correu com energia, evitando um destino similar ao do guarda-chuva, agora espatifado, mas ainda não-ensanguentado.
Com a ajuda do farol do metrô você avistou o roedor, mas isso não foi de grande valia: ele estava muito na sua frente. Você não o perdeu de vista (sim, você tem lá seus méritos, meus parabéns) até onde pôde. E, " até onde pôde" , nesse caso, é o lado de fora da Estação Vila Mariana. Aliás, como num típico mapa de parque de diversões, no momento, você está aqui.
Ainda um pouco zonzo do flashback, você avista um último vestígio do roedor (comumente o rabinho) sumir por trás de um carrinho de yakissoba. Não é esse o yakissoba do qual trataremos, e sim um desimportante concorrente. Não, não. Raiva não te levará a lugar algum. Seus pés, para tanto, têm muito maior potencial. E olhe só! Já recomeçam a se mover, você querendo ou não. Isso porque sou eu quem manda nessa história, e acontece que gosto imensamente de brincar com marionetes. Os fiozinhos invisíveis das palavras te arrastam (civilizadamente, por supuesto) ladeira abaixo pela ruela Capitão Cavalcanti. O narrador acaricia um gato branco de focinho maléfico. Muahahahaha. Ahem.
Aterrorizado, você se aproxima da faculdade. Calma. Não sou tão terrível assim. Não é para a aula que eu estou te levando. É para o bar (como num passe de mágica, seus pés voltam a se mexer por vontade própria). Isso daria um interessante estudo à la Pavlov. Pena que perdemos o rato. Olhe lá, um toldo berrante. Parece um bom lugar. Sentou do lado de fora? Ótimo. Pode pedir uma cerveja. Eu pago.
Enquanto o derivado de cevada não aterriza em sua mesa, olhe para o lado. Tem uma barraquinha de yakissoba, vê? Tem alguém se aproximando para fazer um pedido. E o SEU pedido chegou. Cerveja em punho? Está com um bom panorama do chinês? Pois bem. É assim que você deixa de ser personagem, e passa a mero observador. Ora, vamos. Foi bom enquanto durou.