quinta-feira, abril 27, 2006

poema de brechó 141

poema escrito atrás de uma nota fiscal do Pão de Açúcar, num bar/brechó, por mim e pela Da Gaveta lá pelas 6 da tarde de ontem. Depois de algumas cervejas, por supuesto. tenho certeza que todos ficarão embevecidos com a delicadeza.

[balança a cabeça]

Os tomates pintados.

Os pássaros opacos.

Currupaco. Currupaco.

O papagaio amarelo gritava “Louro quer biscoito!”

Mas os biscoitos são coisas da vida e não do mundo.

As bolachas de chope de tomate são legais, mas são impermeáveis.

Elas são da vida e não do mundo.

Sempre.

Cláudia diz: “Acho que o significado do poema são coisas que estão aqui, mas não deveriam estar. Vamos pro árabe comer esfihas”.

Renata diz: “Fica aí. Toma mais uma cerveja. E falar sobre as coisas é coisa que não interessa a ninguém”.

Pareceria tão profundo se não fosse tão idiota.

“Idiota é tua mãe e não enche o saco” – disse o papagaio.

Cadê meu biscoito?

Obrigado e volte sempre.