terça-feira, julho 12, 2005

gota (um pouco de prosa, porque não?)

A mesa tremeu, a garrafa entornou, mas ninguém estava em condições de se importar.
O vinho fugindo. A sala em silêncio. Nos guardanapos e na toalha se esgueiraram seis anos de fermentação.
Nenhum par de olhos quis enxergar o vermelho. Vai pingar. Vai pingar. Vai pingar. A metáfora de sangue embriagando o sangue no chão. Sem ter o que lhe descesse pela garganta, alguém engoliu em seco.